DIÁRIO DO PARÁ - PA
No Fórum da Educação foi questionada a obrigatoriedade do ensino da cultura indígena nas escolas, mas professores não são qualificados para tal
BELÉM (PA) - Um discurso emocionante sobre a educação indígena marcou a manhã do segundo dia do VI Fórum Mundial de Educação, na programação do Fórum Social Mundial. As considerações da pedagoga Rosani Fernandes, índia da etnia Kaingang, de Santa Catarina e que hoje vive e trabalha com a aldeia Kyikatêjê, do Sul do Pará, fizeram o público, de mais de oito mil pessoas, aplaudir de pé a palestrante.
Rosani era uma das participantes da conferência "Educação, Diálogo e Utopia: Identidades Culturais em conflito". Ela questionou a prática do ensino da cultura indígena nas escolas e as ações de educação dentro das comunidades. "Temos uma legislação belíssima, mas que, na prática, não funciona", afirmou. "O problema é que os governos tratam a educação indígena como se fosse uma batata quente que passa de mão em mão".
Ela também questionou a aplicação da lei 11.645, assinada pelo presidente Lula que obriga os estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, públicos e privados, a ensinarem a história e cultura afro-brasileira e indígena. "As escolas são obrigadas a ensinar a cultura indígena, mas como fazer isso se os professores não conhecem a realidade das aldeias?", indagou. "Quantos de vocês, professores, aqui foram preparados para ensinar a cultura indígena nas escolas?".
Ela criticou ainda, a educação feita entre as crianças sobre os índios. "Tudo que se aprende é aquela visão estereotipada do índio, em que os professores fazem cocar de papelão para os alunos", reiterou. Rosani é estudante do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPA e hoje luta pela educação entre o povo Gavião. "Se hoje temos Ensino Médio na aldeia Kyikatêjê, foi com muita luta", lembra. "Nós temos nossa maneira de educar nossos filhos. Os nossos irmãos podem não ter educação de escola, mas foram educados pela vida".
O VI Fórum Mundial da Educação (FME), foi aberto na última segunda-feira, no Hangar - Centro de Convenções e é um dos eventos paralelos ao FSM.
Segundo Káthia Dudyk, da coordenação do evento, até o dia 1º de fevereiro, serão promovidos eixos temáticos de discussão para retirada de demandas, que irão compor o documento plataforma do FME. "Vamos reunir as propostas retiradas dos eixos temáticos e até lá teremos atividades autogestionadas, para o documento plataforma das discussões do Fórum", afirmou.Entre os eixos temáticos discutidos e que estarão no documento-base do Fórum estão a "Educação Cidadã: Inclusão e Diversidade" e "Educação, Direitos Humanos, Cooperação e Cultura de Paz".
BELÉM (PA) - Um discurso emocionante sobre a educação indígena marcou a manhã do segundo dia do VI Fórum Mundial de Educação, na programação do Fórum Social Mundial. As considerações da pedagoga Rosani Fernandes, índia da etnia Kaingang, de Santa Catarina e que hoje vive e trabalha com a aldeia Kyikatêjê, do Sul do Pará, fizeram o público, de mais de oito mil pessoas, aplaudir de pé a palestrante.
Rosani era uma das participantes da conferência "Educação, Diálogo e Utopia: Identidades Culturais em conflito". Ela questionou a prática do ensino da cultura indígena nas escolas e as ações de educação dentro das comunidades. "Temos uma legislação belíssima, mas que, na prática, não funciona", afirmou. "O problema é que os governos tratam a educação indígena como se fosse uma batata quente que passa de mão em mão".
Ela também questionou a aplicação da lei 11.645, assinada pelo presidente Lula que obriga os estabelecimentos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, públicos e privados, a ensinarem a história e cultura afro-brasileira e indígena. "As escolas são obrigadas a ensinar a cultura indígena, mas como fazer isso se os professores não conhecem a realidade das aldeias?", indagou. "Quantos de vocês, professores, aqui foram preparados para ensinar a cultura indígena nas escolas?".
Ela criticou ainda, a educação feita entre as crianças sobre os índios. "Tudo que se aprende é aquela visão estereotipada do índio, em que os professores fazem cocar de papelão para os alunos", reiterou. Rosani é estudante do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPA e hoje luta pela educação entre o povo Gavião. "Se hoje temos Ensino Médio na aldeia Kyikatêjê, foi com muita luta", lembra. "Nós temos nossa maneira de educar nossos filhos. Os nossos irmãos podem não ter educação de escola, mas foram educados pela vida".
O VI Fórum Mundial da Educação (FME), foi aberto na última segunda-feira, no Hangar - Centro de Convenções e é um dos eventos paralelos ao FSM.
Segundo Káthia Dudyk, da coordenação do evento, até o dia 1º de fevereiro, serão promovidos eixos temáticos de discussão para retirada de demandas, que irão compor o documento plataforma do FME. "Vamos reunir as propostas retiradas dos eixos temáticos e até lá teremos atividades autogestionadas, para o documento plataforma das discussões do Fórum", afirmou.Entre os eixos temáticos discutidos e que estarão no documento-base do Fórum estão a "Educação Cidadã: Inclusão e Diversidade" e "Educação, Direitos Humanos, Cooperação e Cultura de Paz".
(Diário do Pará)
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